11 de agosto de 2015

A família junta-se à mesa.
Apesar de ser dia de festa, nem todos estavam presentes.
Na noite, um vento fraco soprava as duas velas azuis que fracamente iluminavam a mesa, numa luta contínua por se manterem acesas.
Contavam-se piadas de humor negro, das quais toda a gente se ria com vontade, exclamando um "que horror" entre risos.
A tia, a de cabelos castanhos pelos ombros, lutava por inspirar frequentemente. Formava um som na garganta que provocava mais gargalhadas aos presentes do que a anedota que fora contada.
A avó, que por anos e anos acostumou a família aos raspanetes que dava ao marido pela colecção de nódoas na roupa que este fazia questão de obter de cada vez que comia uma bela refeição, entornou o molho das deliciosas amêijoas sobre si.
Toda a gente se riu.
O avô fazia a festa em silêncio: ria-se enquanto apontava o indicador para a mulher num ar de troça; balançava os braços no ar em festa; batia palmas. Há anos que esperava por este momento!
A avó rira-se igualmente. Sabia que a situação era irónica e tivera graça.
Eram boas as gargalhadas.
Somos felizes em família.

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