22 de maio de 2015

Já não seguiam a trote os cavalos. Desfilavam cansados entre a multidão desconhecida.
Na carroça certamente seguia algum Fidalgo...

Também eu sou filho-de-algo, seja ele amor ou acidente de percurso. A única diferença, mínima porém, é que eu não tenho um sonante nome de família. Não sou filho do rei dos três mares ou da rainha das cabeças.
Sou filho do corta-pescoços, o talhante da pequena e viva aldeia.

Era uma carroça simples.
Sem ouro, faixas coloridas ou brazões de família fazendo-se passar despercebida no meio das ruas populadas. Tenho a certeza de que quem já vira ou ouvira falar destas caixas puxadas por cavalos com bestas no seu interior, estava com atenção. Eu era uma dessas pessoas.

Não era pela novidade da carroça, que não seria muito comum, não naquelas terras, mas pelas singularidades que esta apresentava. Um Fidalgo, seja ele quem for, gosta de fazer-se apresentar, evocando uma educação rica e demonstrando uma pobre educação. O nome de família fica tudo menos despercebido. Quem será que estava no interior do caixote volante? O que escondia e, mais importante para mim, porque o faria?

18 de maio de 2015

Uma música, um som, uma dança, uma expressão facial, um toque, um riso.
Todos eles capazes de mexerem connosco.
De quebrarem uma hibernação de sentimentos e emoções que fluem pelos nossos olhos entre soluços descontrolados.