6 de novembro de 2014

"Ando pelas ruas de Lisboa descalço.
Ando de pé nu, sentido o frio descalço da calçada.
Caminho na solidão dos pés soltos,
descalçando-me da calçada que lá fica o dia todo.
É pisada.
Espezinhada por todos que por ela passam, descalços ou não.
Nem "desculpa" ou um encontrão; simplesmente a pisam.
O "bom-dia" e "boa-tarde" são esquecidos.
Ficam perdidos nas passadas sobre as pedras da calçada fria,
que esperam que um dia, alguém as aqueça."

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