30 de novembro de 2014
29 de novembro de 2014
28 de novembro de 2014
Onde Deus te levar
Podes achar que não tens
Para onde ir, nem que fazer.
Não sabes bem quem és aqui,
Neste mundo tão grande e frio,
Mas há qualquer coisa em ti,
Que te faz querer, querer ser alguém...
E a vida não vai parar,
Vai com o vento,
Tens tudo a dar,
Não percas tempo,
Podes saber que vais chegar,
Onde Deus te levar.
Podes achar que não tens
Para onde ir, nem que fazer.
Não sabes bem quem és aqui,
Neste mundo tão grande e frio,
Mas há qualquer coisa em ti,
Que te faz querer, querer ser alguém...
E a vida não vai parar,
Vai com o vento,
Tens tudo a dar,
Não percas tempo,
Podes saber que vais chegar,
Onde Deus te levar.
26 de novembro de 2014
25 de novembro de 2014
"Subo-a como se fosse a primeira vez.
Os pássaros falam comigo, puxando-me os extremos dos lábios.
Eles sabem.
Sabem o quão calada sou após uma noite mal dormida.
Eles ouvem.
Controlam o tempo que voa descontrolado por aí.
Eles cantam.
Bufam suspiros de mocho louco em noite abrupta de si mesma.
Os pássaros falam comigo, puxando-me os extremos dos lábios.
Eles sabem.
Sabem o quão calada sou após uma noite mal dormida.
Eles ouvem.
Controlam o tempo que voa descontrolado por aí.
Eles cantam.
Bufam suspiros de mocho louco em noite abrupta de si mesma.
Eles observam.
Desmentem a verticalidade dos actos em apneia.
Eles voam.
Fluídos ásperos certos da nota clara.
São eles."
Desmentem a verticalidade dos actos em apneia.
Eles voam.
Fluídos ásperos certos da nota clara.
São eles."
"Espremo-me para sair do autocarro.
Chove torrencialmente cá fora. O que fui fazer?
Devia ter prosseguido a minha carreira e desembarcado mais adiante. Agora é tarde.
Será que ainda o consigo apanhar se correr um bocadinho?
Triste, sigo o meu inútil caminho até casa, não fazendo grande esforço para não me molhar.
Tomo um banho de água gelada enquanto faço por pisar todas as poças do meu percurso improvisado.
Chove torrencialmente cá fora. O que fui fazer?
Devia ter prosseguido a minha carreira e desembarcado mais adiante. Agora é tarde.
Será que ainda o consigo apanhar se correr um bocadinho?
Triste, sigo o meu inútil caminho até casa, não fazendo grande esforço para não me molhar.
Tomo um banho de água gelada enquanto faço por pisar todas as poças do meu percurso improvisado.
Estou gelada.
Carros que por mim passam cumprimentam-me por vezes com ondas de água morta estendida no chão. Recebo-as de bom grado, afinal, mais água não posso eu carregar.
Carros que por mim passam cumprimentam-me por vezes com ondas de água morta estendida no chão. Recebo-as de bom grado, afinal, mais água não posso eu carregar.
Já é de noite. O sol há muito que se foi embora, tal como o autocarro.
Encontro a porta de minha casa mas não as chaves.
Fico à porta, à espera de entrar."
Fico à porta, à espera de entrar."
24 de novembro de 2014
23 de novembro de 2014
22 de novembro de 2014
"Como gato malhado descansado no telhado,
entrelaço a minha cauda à tua e escuto-te a mente.
Juntos, navegamos no mar de estrelas da noite profunda.
Partilhamos segredos em silêncio por um olhar que fala.
Por vezes, um ronronar ao ouvido tenta expressar o que pensamos quando o olhar é gasto.
Naturalmente que fica aquém.
Não há ódio, rancor ou qualquer outra coisa. Há paz e um mar de estrelas.
Não sei o que brilha mais: se os teus olhos, se o mar que observo.
Partilhamos uma taça de leite quente no conforto da noite acolhedora.
A noite espera.
Navega-me."
entrelaço a minha cauda à tua e escuto-te a mente.
Juntos, navegamos no mar de estrelas da noite profunda.
Partilhamos segredos em silêncio por um olhar que fala.
Por vezes, um ronronar ao ouvido tenta expressar o que pensamos quando o olhar é gasto.
Naturalmente que fica aquém.
Não há ódio, rancor ou qualquer outra coisa. Há paz e um mar de estrelas.
Não sei o que brilha mais: se os teus olhos, se o mar que observo.
Partilhamos uma taça de leite quente no conforto da noite acolhedora.
A noite espera.
Navega-me."
21 de novembro de 2014
18 de novembro de 2014
"Os guardas dormem distraídos.
Os poucos que resistem ao sono entorpecedor e que conseguem cambalear nas suas frágeis pernas de uma lado para o outro, transportam as chaves dançarinas fragilmente presas no seu cinto.
Tanto balançam que acabam por cair e tu, aproveitando a oportunidade que deveria ser apelidada de "única" mas que agora é demasiado comum para ser chamada de tal, sais pela porta por onde entraste.
Os poucos que resistem ao sono entorpecedor e que conseguem cambalear nas suas frágeis pernas de uma lado para o outro, transportam as chaves dançarinas fragilmente presas no seu cinto.
Tanto balançam que acabam por cair e tu, aproveitando a oportunidade que deveria ser apelidada de "única" mas que agora é demasiado comum para ser chamada de tal, sais pela porta por onde entraste.
És livre da prisão da minha mente para poderes assaltar os recantos que penso ter trancados por guardas atentos que por lá fazem revista a dormir.
Peço-te que, quando acabares, te voltes a trancar e que não fujas. Pelo menos por um tempo mais duradouro. Preciso de tempo para acordar os guardas e para melhorar a segurança.
Preciso de me blindar."
Peço-te que, quando acabares, te voltes a trancar e que não fujas. Pelo menos por um tempo mais duradouro. Preciso de tempo para acordar os guardas e para melhorar a segurança.
Preciso de me blindar."
15 de novembro de 2014
14 de novembro de 2014
13 de novembro de 2014
"Dou-te um copo daquilo que queres.
Entrego-te o golo ansiosamente esperado
Daquilo que apenas vocês mulheres
Bebem.
Um copo repleto de algo, não sei o quê.
Espero que cumpra o objectivo com o seu recheio,
que não se fique pelas metades nem morra pelo meio.
Ofereço-te um copo cheio do vazio de algo.
Algo que te inquieta a alma."
Entrego-te o golo ansiosamente esperado
Daquilo que apenas vocês mulheres
Bebem.
Um copo repleto de algo, não sei o quê.
Espero que cumpra o objectivo com o seu recheio,
que não se fique pelas metades nem morra pelo meio.
Ofereço-te um copo cheio do vazio de algo.
Algo que te inquieta a alma."
6 de novembro de 2014
"Ando pelas ruas de Lisboa descalço.
Ando de pé nu, sentido o frio descalço da calçada.
Caminho na solidão dos pés soltos,
descalçando-me da calçada que lá fica o dia todo.
É pisada.
Espezinhada por todos que por ela passam, descalços ou não.
Nem "desculpa" ou um encontrão; simplesmente a pisam.
O "bom-dia" e "boa-tarde" são esquecidos.
Ficam perdidos nas passadas sobre as pedras da calçada fria,
que esperam que um dia, alguém as aqueça."
Ando de pé nu, sentido o frio descalço da calçada.
Caminho na solidão dos pés soltos,
descalçando-me da calçada que lá fica o dia todo.
É pisada.
Espezinhada por todos que por ela passam, descalços ou não.
Nem "desculpa" ou um encontrão; simplesmente a pisam.
O "bom-dia" e "boa-tarde" são esquecidos.
Ficam perdidos nas passadas sobre as pedras da calçada fria,
que esperam que um dia, alguém as aqueça."
Toca-me na cara e desperta-me de um sono acordado.
Vento fraco e brisa leve
que me rouba o calor e me afaga o rosto,
que me rouba o calor e me afaga o rosto,
para de novo me afogar no estudo.
Este antigo dia luminoso
foi passado à luz do candeeiro preto,
numa tentativa de borrar a brancura da minha mente
Desenhar letras e mapas mentais escondidos
ultrapassados por um conhecimento
absorto no pensamento latente.
Quando é extinguida a fonte de luz,
o conhecimento pára e o seu crescimento forçado
e fica em estado de latência.
Até o vento fraco e brisa leve
soprarem novamente.
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